segunda-feira, 23 de abril de 2007

Cameraman e os cabos

Ontem estava eu no estádio, como é meu hábito quando o FCP joga em casa, sentado na minha cadeira à espera que o jogo começasse e reparei em algo que me pôs a pensar. Normalmente isto não aconteceria, tal seria a minha concentração e antecipação em relação ao jogo que estava prestes a começar, mas como nas duas noites anteriores tinha dormido 3h e 5h respectivamente (e as noites em si tinha sido muito calminhas obviamente), estava com um nível de concentração acima da média (tipo zombie) e a minha percepção para pormenores importantes veio ao de cima como já vão verificar.
Estava a decorrer a escolha do campo por parte dos capitães das equipas (a moedinha ao ar portanto) e estava lá um cameraman no meio do relvado a filmar tudo bem de perto. A minha prima que estava ao meu lado foi a vítima:
-"Olha ali, já reparaste no gajo que anda sempre atrás do cameraman a segurar o cabo?" disse eu.
-"Sim. O que é que tem?", perguntou ela, inocentemente ainda sem ideia do que já se passava nesta minha cabeça que trabalha incessantemente (nem sempre é bem!).
-"Tipo… deve ser uma profissão mesmo frustrante, andar a enrolar cabos a vida toda!", nesta altura ela já só se ria.

Mas eu não desarmei, e dei continuidade às minhas dúvidas e considerações relativamente à profissão em questão.
Será que eles têm algum tipo de formação? "Como desensarilhar um fio?", "Eu e os cabos!".
Será que antes de serem aceites no sindicato (sim de certeza que existe um sindicato de "arrumadores de cabos"), têm de prestar algum tipo de provas? "Está ali um cabo de 20 metros, tens 10 segundos para o enrolar e arrumar!".
Será que são crucificados por cameramans tiranos? "Não vês o que estás a fazer pah?!? Quase que tropeçava no fio!! Anda lá enrola o cabo mais depressa! Pra próxima levas com a câmara na cabeça!!!".
E preocupações com o futuro profissional destas pessoas? Hoje em dia é tudo wireless. O que vai acontecer quando as câmaras deixarem de precisar de cabos? Eles tornar-se-ão obsoletos, o sindicato já pensa em medidas em concreto para combater esta nova tecnologia?
E quais serão as perspectivas de progressão na carreira? Será que o auge de um "arrumador de cabos" é andar atrás de um cameraman famoso que ninguém conhece? (contradição bonita) Talvez um que filme vídeos pornográficos, penso que poderá ser o estilo de filmagem mais exigente! Alguns planos mais acrobáticos e close ups devem ser bastante perigosos para a saúde do cameraman!

E quando dei por mim o jogo já tinha começado e eu estava a olhar para um gajo qualquer a dar voltas ao braço com um cabo! Foi nessa altura que achei que era melhor agradecer o emprego que tenho e estar atento ao jogo!

quarta-feira, 18 de abril de 2007

Falar ao telemóvel

Toda a gente já deve ter passado pela típica situação de estar num restaurante, ou outro qualquer local público, e ouvir alguém do outro lado da sala a falar ao telemóvel como se não houvesse amanhã, como se tivesse algo tão importante a dizer que quer que toda a gente à sua volta o ouça. Nunca percebi muito bem esta situação, talvez se os meios de comunicação ainda fossem dois copos e um fio, compreenderia que uma pessoa intuitivamente tentasse berrar para que o som chegasse em condições à outra ponta. Compreendo também os casos em que do outro lado a pessoa com quem se esteja a tentar comunicar tenha um ruído ambiente bastante elevado, mas também nesses casos, levantem-se e vão para outro sítio mais reservado, ninguém precisa de ouvir "TOU?!? TOU?!? TÁS-ME A OUVIR?!?". E não quero ser demasiado óbvio mas se do outro lado responderem "Não te estou a ouvir!", não é porque ouviram a pergunta, pensem lá bem na resposta!!
Mas voltando ao tópico, e mais concretamente às pessoas que falam alto ao telefone por natureza e não por nenhum motivo em especial, será que pensam que por estarem a falar com alguém que está longe têm de falar muito alto?!? Espero bem que não, porque se já ouvi níveis altíssimos em chamadas locais, nem quero imaginar uma chamada Porto-Paris de Fránça!
Mas a ideia dos telemóveis é mesmo essa, a possibilidade de falar com alguém como se estivesse mesmo ao nosso lado. Nunca viram o anúncio da Nokia? "Connecting people!" e aparece duas mãos em contacto (existe também a versão de dois vultos a fazer o amor, mas que não é para aqui chamada!).

Há também os casos opostos, pessoas que falam muito baixinho para ninguém ouvir (e em alguns casos nem a pessoa do outro lado da linha), que é o meu caso confesso! Já me disseram várias vezes que parece que estou a morrer quando falo ao telefone, que têm uma dificuldade imensa em ouvir-me. Não sei explicar muito bem este fenómeno (que sou eu e as minhas manias!), mas tenho duas possíveis justificações! Uma delas é ser um trauma, uma vez que o meu querido paizinho se insere na primeira categoria de utilizadores de telemóveis! A outra, mais elaborada, é que estou a falar para um microfone que está muito perto da boca, para alguém que ouve através de um aparelho que está encostado ao ouvido. Ou seja, inconscientemente, sei que na prática (ou na teoria), estou a falar ao ouvido a alguém, ora como eu não tenho por hábito berrar ao ouvido de ninguém, há que segredar!!

Claro que existem sempre excepções, como num certo aniversário, já para lá de bem-disposto, que vejo a minha linda prima a falar ao telemóvel e pergunto:
- “É o teu pai?”
- “É porquê?”
- “Deixa-me falar com ele, dá cá, dá cá!”, já a tirar-lhe o telemóvel da mão!
- “Yooooooo, Tio Pepeeee!!!”
- “Uiiii como tu estás…”…
Isto depois de já ter falado com alguém que nunca tinha visto na vida, amigo da aniversariante. Portanto já sabem, quando eu já estiver com sangue a mais no álcool, nada de falar ao telemóvel à minha beira ok?

segunda-feira, 9 de abril de 2007

Liiiiiiindooo

Este fim de semana fui ver o meu cão, tem um mês e se tudo correr bem vou buscá-lo daqui a 4 ou 5 semanas. Por mim trazia-o já, é demais! Simplesmente liiiiiiinndooooo:


No entanto, ainda não me decidi a 100% sobre o nome que lhe hei-de dar, embora o meu voto vá para Gecko, não vou divulgar qual o peso do meu voto em termos percentuais! E portanto disponibilizo aqui uma pequena votação para os meus amigos e leitores (sugestões também são bem-vindas, mas nada de Hitlers e Ghandis, ou Afonsos e Tobias, ou outros nomes de pessoas, criminosas ou pacifistas, famosas ou não, por favor!!*), mas como bom português que sou, se o resultado não me interessar, aviso já que o referendo não é vinculativo! :D



*Eh pah eu sei que Nero e Paco também são nomes de pessoas, mas têm uma sonoridade diferente e mais adequada a um cão, na minha opinião, e por isso não me importo (espero que ninguém chamado Paco esteja a ler isto, já nem digo Nero que não me acredito que exista algum em Portugal!), escrevam uma sugestão, se tiverem, aqui nos comentários.

terça-feira, 3 de abril de 2007

Évora

Há pouco tempo fui passar o fim-de-semana a Évora para festejar um aniversário de um amigo (a quem aproveito para agradecer os três dias em grande! Agradeço também às outras pessoas que tão bem me receberam, beijinhos e abraços). Como tenho uma reputação a manter (não sei onde mas fica bem dizer isto), não vou aqui entrar em pormenores sobre o que se passou nesses dias.

Venho antes expressar o meu espanto por algo que vi, mais uma situação muito estranha (algo em que Portugal é rico!). Tenham em conta que eu sou totalmente a favor da aprendizagem com divertimento, ou seja, estimular a vontade de aprender. Se for divertido, e não uma seca, é muito mais fácil assimilar o conhecimento, ninguém o pode negar. Mas também, quer-se dizer, vamos lá ter calminha, não é preciso exagerar:


Estou mesmo a ver a justificação da Universidade para apoiar algo deste género:
-"Vamos por alguns estudantes em coma e assim ajudamos os que são do departamento de medicina com cobaias!".
-"Qual quê? Eu vou é beber!! Vou ganhar o concurso!! Hahaha", responde o dito estudante de medicina.
Ah, e SASUE significa (sim fui pesquisar), Serviços de Acção Social da Universidade de Évora. Ora aí está a explicação, estão a prestar um serviço social à comunidade estudantil de Évora! Acho muito bem, o pessoal anda cheio de sede.

Mas este cartaz não foi a principal razão deste post, sim vi algo pior (ou melhor depende da perspectiva, principalmente se quiseres beber!), que foi este bilhetinho:


Não me perguntem como isto é possível, nem onde arranjaram esta oferta (se calhar na praça Giraldo, perguntem ao JP), nem sequer se as leis da estrada são diferentes em Évora, não sei nem quero saber, isto é algo de fantástico! Aposto que a taxa de aprovação desta escola de condução disparou após esta campanha, principalmente se assumirmos que os instrutores, sendo colaboradores da escola teriam acesso facilitado a estas ofertas!
Eu pensava que a polícia tinha vindo a apertar o cerco aos automobilistas que conduzem sob o efeito do álcool, mas claro está que era tudo impressão minha!

Mas esperem lá... acho que já percebi o porquê disto, eles devem passar cartas de condução especiais com certificado ou qualquer coisa assim. Habituam o pessoal a conduzir bêbado, depois passam um certificado, assim mais tarde se forem apanhados numa operação stop:
-"Eu sei que bebi, mas não há problema sr. guarda! Está a ver? Tenho o certificado aqui comigo, tirei a carta em Évora. Lá é bar aberto durante as aulas de condução!"
-"Ah bom sr. condutor! Não tinha reparado, peço desculpa, pode seguir!"

Eh pah, mas porque é que eu não fui tirar a carta de condução a Évora?


Ps: Espero não ofender ninguém de Évora, obviamente isto é uma brincadeira e pessoalmente gostei muito da cidade, principalmente do Templo de Diana, hehehe!